terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O CONCLAVE PASSO A PASSO

                                A morte do papa

Assim que um papa morre, a primeira providência é chamar o Camerlengo, que é o chefe do Sacro Colégio de Cardeais. De pé, ao lado do corpo, ele toca 3 vezes na testa do papa com um martelinho de prata e o chama 3 vezes pelo nome de batismo (e não pelo nome que adotou ao ser eleito). Se não há resposta, ele anuncia o falecimento e quebra o anel do Pescador (que o papa usa para lembrar o momento em que Jesus diz a Pedro que ele seria um pescador de almas e no qual está gravado o nome do papa). O Camerlengo também inutiliza o timbre papal (que é a marca da autenticidade dos documentos assinados pelo Sumo Pontífice). E dá início aos preparativos para o enterro e para os nove dias de luto. Ele também vai organizar a eleição do próximo papa.

                                                                     O conclave

Depois de 15 ou 20 dias, o Sacro Colégio de Cardeais se reúne para a eleição. Essa reunião é chamada conclave. Literalmente, conclave quer dizer "local que pode ser trancado de forma segura". Hoje, além de designar a grande sala reservada para a reunião dos cardeais encarregados da escolha de um novo papa, também significa o próprio encontro. Todos os cardeais devem participar do conclave, mesmo que estejam sob censura, ou mesmo que tenham sido excomungados. Eles chegam dos quatro cantos do planeta. Durante o tempo que durar a reunião (nove dias ou até que a escolha seja feita) ficarão absolutamente isolados do mundo, recolhidos em aposentos especiais, anexos à famosa Capela Sistina, onde o conclave propriamente dito acontece. Para abrir o conclave, uma missa é celebrada na Catedral de São Pedro. Cada cardeal faz o voto de manter a eleição em segredo e todos rezam para que o Espírito Santo inspire suas escolhas, estando presente nas deliberações. Depois, se recolhem. As salas são examinadas para detectar possíveis microfones, as entradas são seladas, as cortinas, fechadas.O ritual na Capela SistinaNa Capela Sistina, transformada em sala do conclave, as cadeiras altas têm um baldaquim de cor púrpura, uma espécie de cobertura. A escolha da cor não é um acaso: púrpura é, tradicionalmente, a cor do luto e também da realeza. O trono do papa é removido. Seis velas são acesas no altar, onde está o cálice sagrado. É nele que serão colocados os votos. Os cardeais adentram a Capela Sistina sem chapéu. As cabeças descobertas e os baldaquinos simbolizam que a autoridade suprema nasce apenas dessa reunião e que não pertence a nenhum deles, individualmente. Quando não se reúnem na Capela Sistina, os cardeais ficam em suas celas. Cada um toma as refeições reservadamente e cada cela é fechada por um tecido, na cor que simboliza a ligação do respectivo cardeal com o papa morto: púrpura (se o cardeal foi escolhido por aquele papa) ou verde (caso não tenha sido escolhido por aquele papa). Quando não desejam ser perturbados, eles podem fechar a porta, cuja moldura tem o formato de uma cruz em diagonal, conhecida como a Cruz de São André. Os cardeais devem ficar sempre juntos e todos os aposentos são próximos o bastante para que eles sejam permanentemente vistos uns pelos outros.

                                                                 A votação

O voto é secreto (escrutínio). No passado, um papa era eleito com dois terços dos votos mais um. O Papa João Paulo II mudou essa regra. Hoje a escolha é feita por maioria absoluta, quer dizer: metade dos votos mais um. Duas sessões de votação são feitas a cada dia, uma pela manhã e outra à tarde, por nove dias, ou pelo tempo que for necessário. Cada cardeal deposita seu voto no cálice, sobre o altar. Depois de cada sessão, os papéis da votação são queimados. Se a votação não foi conclusiva, uma substância química é adicionada aos papéis para que eles produzam uma fumaça negra ao queimar. A fumaça que sai pela chaminé, no telhado do Palácio do Vaticano, é um sinal para a multidão que espera na Praça de São Marcos. Enquanto for negra, significa que a Igreja está sem sua principal figura.

                                                          O resultado

Mas, afinal, os cardeais chegam a uma conclusão. O deão, ou o mais velho dos cardeais, pergunta ao novo papa se ele aceita a eleição e por qual nome quer se tornar conhecido. Esse costume vem desde o século 10 e é uma lembrança de que Jesus mudou o nome de São Pedro ao escolhê-lo para chefe de sua igreja. Nesse momento, todos os baldaquinos cor de púrpura dos tronos são levantados, menos o do escolhido. Os papéis da votação são queimados e a fumaça branca avisa ao povo na praça que um novo papa foi eleito.Habemus papam!• O escolhido é, então, levado para um quarto ao lado e veste as roupas de papa. Os cardeais prestam a ele sua primeira homenagem. O deão vai até o balcão e proclama: "Habemus papam!" (Temos um papa). E o novo pontífice aparece no balcão para abençoar a multidão


Henry sousa Biteuccort
PATICIPANTE CLJ
Paróquia Nª Sª dos Navegantes Charqueadas - RS 

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